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Cada nação deve buscar sua soberania no direito digital
Ericson Scorsim, especialista em direito, enfatizou que os países podem analisar o que outras nações estão fazendo, mas garantindo seus próprios interesses e soberania.
Violeta Contreras García, 25 enero, 2023
O novo direito digital e a regulamentação da tecnologia e dos mercados digitais devem visar três objetivos principais: a busca pela soberania, a equidade social e a competitividade, disse Ericson Scorsim, consultor brasileiro em Direito Regulatório das Comunicações.
Durante o 1º Congresso Ibero-Americano de Direito Digital, o especialista explicou que a abordagem deste campo relativamente novo e também do direito da comunicação tem que ser multidisciplinar, dadas as suas implicações em múltiplos setores e atividades.
No Brasil, existe um projeto de lei para regulamentar as plataformas digitais. Os esforços devem se concentrar em evitar práticas anticompetitivas e promover mercados digitais, analisando os modelos regulatórios de outras partes do mundo, como a União Europeia ou os Estados Unidos.
Mesmo assim, os países podem retomar e estudar o que outras nações fazem, mas focando em seu contexto e em suas necessidades. Cada país deve buscar um conceito de direito e uma regulamentação comprometida com seus próprios interesses e soberania, destacou o especialista.
Os Estados Unidos têm um peso enorme nas economias da América Latina e de outras partes do mundo. Por exemplo, no que diz respeito à tecnologia 5G, o governo daquele país tem interesse específico em serviços e aplicações para os setores de segurança e defesa, com o objetivo de fortalecer sua liderança política, econômica e tecnológica mundial.
No entanto, nesse esforço, os Estados Unidos se envolveram em um conflito geopolítico com a China que abrange diferentes frentes, e o desacordo atinge também a região latino-americana. Ericson Scorsim destacou que, diante disso, a região deve manter sua soberania.
Durante as conversas entre as duas potências sobre questões tecnológicas, o especialista considerou que o Brasil, ao invés de se deixar levar pela pressão dos Estados Unidos, assumiu a posição de moderador e procurou cuidar de seus próprios interesses e objetivos.
As autoridades da região também enfrentam outros desafios no mundo digital. O especialista comentou que é preciso desenvolver uma política digital para conter os abusos e atos antidemocráticos que são orquestrados com o auxílio de ferramentas digitais, bem como atuar contra as ameaças cibernéticas e enfrentar o uso nocivo das redes sociais.
Publicação de DPL News, em 25 de janeiro de 2023
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