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Estratégia nacional dos Estados Unidos para a indústria avançada

por Ericson Scorsim

out 26, 2022

O governo dos Estados Unidos divulgou, em outubro de 2022, sua estratégia nacional para indústrias avançadas.  Como pilares essenciais da política estratégica industrial: i) o desenvolvimento e execução de tecnologias de indústrias avançadas; ii) o crescimento da força de trabalho em indústrias avançadas; iii) a construção da resiliência nas cadeias de suprimentos da indústria.

Há outros objetivos a serem alcançados. A capacitação da indústria limpa e sustentável em apoio à descarbonização, com a reciclagem de materiais, utilização de energia limpa.   Com a adoção de tecnologias elétricas e eficientes no processo produtivo. A aceleração da inovação da indústria em nanotecnologia, microeletrônica e semicondutores: materiais, design e fabricação.  Há a recomendação para a adoção de inteligência artificial e machine learning na indústria inteligente.  

A implementação da indústria avançada em apoio à bioeconomia, em produtos farmacêuticos e de saúde.   Apoio à biotecnologia no setor de agricultura, florestas e processamento de alimentos. O desenvolvimento de materiais inovadores e tecnologias de processamentos. Também, o desenvolvimento de tecnologias de processamento de materiais críticos para os setores  de energia, transporte, saúde e base industrial da defesa. Há recomendações para a manufatura no setor espaciais, com tecnologias de microgravidade.  O fortalecimento do ecossistema industrial, com a promoção de novos modelos de negócios e de crescimento, o apoio à indústria pequena e de médio porte, a assistência à transição tecnológica, a construção de fortalecimento de redes de manufatura regional, a melhoria da parceria público e privada. A liderança do futuro da indústria inteligente, com a digitalização da manufatura e a utilização de inteligência artificial.

A expansão e diversificação de talentos em indústrias avançadas. O desenvolvimento, o escalonamento e promoção da educação e treinamento para a indústria avançada. O fortalecimento das conexões entre empregados e organizações educacionais, no campo da ciência, tecnologia, engenharia e matemática o sistema de credenciais e certificações.   O fortalecimento da interconexão na cadeia de suprimentos, com rastreamento de produtos. E recomendações para a agilidade na cadeia de suprimentos. A expansão de esforços para reduzir as vulnerabilidades na cadeia de suprimentos, com a melhoria em parcerias privadas e públicas.  E o fortalecimento e revitalização do ecossistema de indústria avançadas.

Dentre outras metas, há a preservação da liderança econômica global pelos Estados Unidos, com o crescimento de sua economia, a criação de empregos de alta qualidade, o fortalecimento da sustentabilidade ambiental e a gestão da mudança climática, o fortalecimento da cadeia de suprimentos, a garantia da segurança nacional, a melhora do setor de saúde. No aspecto da segurança cibernética na indústria, há o desenvolvimento de padrões, ferramentas e testes para disseminação de diretrizes de segurança cibernética nos sistemas de manufatura inteligente.  E nas tecnologias de informação e tecnologia operacional. Há diretrizes para a aquisição de software e materiais a serem utilizados pela indústria.

O Brasil pode aprender com estas lições dos Estados Unidos, a fim de fortalecer a indústria brasileira e ampliar a sua competividade internacional. Com as mudanças geopolíticas e geoeconômicas, da disputa entre Estados Unidos e China pela liderança global, há desafios, riscos e oportunidades para o Brasil.

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Ericson Scorsim. Advogado e Consultor no Direito Regulatório das Comunicações, com foco em infraestruturas, tecnologias, telecomunicações e mídias. Doutor em Direito pela USP. Autor do livro Jogo Geopolítico e Tecnologias de Comunicações 5G: Estados Unidos e China – Análise do impacto no Brasil e os desafios, riscos e oportunidades, edição autoral, Amazon, 2022.

Crédito de Imagem: Paulo Gala / Economia & Finanças