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Reino Unido aprova nova estratégia cibernética para 2022

por Ericson Scorsim

jan 24, 2022

O governo britânico aprovou nova estratégica cibernética para 2022. Dentre os pilares da estratégia nacional: o fortalecimento do ecossistema cibernético britânico, a construção de resiliente e prospero ecossistema digital no Reino Unido, a liderança em tecnologias vitais para o poder cibernético, avançar a liderança e influência global britânica em cibernética e detectar, causas a disrupção e deter adversários.

Para tanto, há medidas para a conscientização do que seja espaço cibernético. O poder cibernético será afirmado mediante pelo conhecimento da população, com a construção de capacidade cibernética, habilidade de proteção de recursos através de segurança cibernética e resiliência em benefício dos cidadãos e da economia e a capacitação técnica e industrial no estágio da evolução das tecnologias cibernéticas principais. Busca-se a influência global, relacionamentos e padrões éticos que modelem as regras e princípios no espaço cibernético, de modo a proteger valores e interesses e promover a segurança internacional.

Também, quer-se a capacitação para adotar ações no espaço cibernético em apoio à segurança nacional e bem estar econômico e prevenção de crimes. Isto inclui operações cibernéticas para causar efeito no mundo real. Há diversos objetivos:  a resiliência dos serviços públicos diante de ataques cibernéticos, a resiliência das infraestruturas nacionais críticas (redes de energia, sistema de transporte, saúde, água, infraestrutura digital, sistema financeiro, entre outros) e a resiliência dos negócios e organizações.  O poder cibernético é diferente das formas tradicionais de poder.

A liderança tecnológica na construção do ecossistema cibernético depende do fortalecimento de instituições de pesquisa, bem como da capacitação da força de trabalho. Há a o centro de resposta nacional aos ataques cibernéticos, sob a responsabilidade do The National Cyber Security Centre (NCSC), o qual integra a GCHG (Government Comunications Heaquarters). A GCHG é equivalente à National Segurity Agency dos Estados Unidos, fazendo parte da aliança de inteligência Five Eyes com os Estados Unidos. Uma rede coleta e compartilhamento de sinais de inteligência de todo o mundo. As principais responsabilidades do National Cyber Security Centre são: reduzir danos cibernéticos ao Reino Unido, apoio a todas as partes da sociedade para a autoproteção, providenciar apoio técnico às políticas públicas de segurança cibernética, providenciar capacitação para soberania britânica, suporte ao desenvolvimento em habilidades cibernéticas e investimento na área de educação cibernética.  A NCSC tem iniciativa no ecossistema de startups. Há parcerias para o crescimento cibernético (Cyber Growth Partnership). É uma estratégica semelhante à CIA dos Estados Unidos, a qual tem investimentos em startups de tecnologia.  Há programas de inovação (LORCA) e suporte aos invadores (Cyber Runway). 

O Reino Unido, em 2020, faturou com exportação de serviços cibernéticos mais de 4,2 bilhões de liras. Outra unidade é o The National Cyber Force, encarregada de contenção de ameaças terroristas, criminais, contenção de ameaças que possam causar a disrupção, confidencialidade, integridade, disponibilidade de dados e serviços no espaço cibernético, contribuir para operações de defesa do Reino Unido, atuação em operações de influência individual e em grupos, alinhar-se com os serviços de inteligência britânicos.  Outra referência é o The UK Cyber Security Council. Há diversas organizações que fazem parte do cluster cibernético. No aspecto dos padrões técnicos digitais, o Reino Unido está empenhado em garantir os valores democráticos. Por isso, atuará na definição dos padrões técnicos relacionadas às tecnologias.

O Reino Unido conta com efetivo poder cibernético é um modelo que pode servir de inspiração para o Brasil no setor de defesa nacional.

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Ericson M. Scorsim. Advogado e Consultor em Direito Regulatório das Comunicações. Doutor em Direito pela USP. Autor do livro Jogo Geopolítico das Comunicações 5G: Estados Unidos, China e o Impacto no Brasil, Amazon. Autor do livro Geopolítica das Comunicações, Amazon.

Crédito de Imagem: Olhar Digital