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5G

Setor privado investe na geração de talentos na área de tecnologia

por Ericson Scorsim

nov 29, 2021

Por Huawei – Texto de Danielle Blaskievicz

26/11/2021 18:39

De acordo com o Relatório Setorial de TIC da Brasscom – Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais –, a projeção é de que, até 2024, sejam criadas 420 mil novas vagas no setor. Por outro lado, dados da entidade mostram que, anualmente, o Brasil forma apenas 46 mil profissionais com perfil tecnológico.

A implantação do 5G impacta na vida de todos os cidadãos, devido, entre outras coisas, à “baixa latência”, ou seja, o tempo que os dados levam para trafegar de um ponto a outro. Além de melhorar a produtividade e a segurança digital no ambiente corporativo, o 5G vai aumentar o número de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) – alguns exemplos práticos são os robôs que auxiliam na faxina doméstica, as máquinas de lavar roupa e louça que podem ser acessadas remotamente, entre outros equipamentos domésticos, além dos próprios carros autônomos.

Para as empresas, a mudança é ainda mais significativa, uma vez que além de novos produtos, serviços e experiências ao usuário, o ambiente corporativo contará com um sistema muito mais eficiente para receber e armazenar grandes volumes de dados.

Capital humano

No entanto, é necessário investir na formação de profissionais tanto para a produção desses bens como para viabilizar a infraestrutura necessária para o tráfego de dados.

Para o advogado Ericson Scorsim, consultor no Direito Regulatório das Comunicações e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), a demanda por capital humano em torno da cadeia de valor das redes de 5G será exponencial nos próximos anos.

Porém, ele analisa que o Brasil, como país, não tem projeto educacional para atender às demandas em torno dessa nova tecnologia. “Mas as empresas e as organizações setoriais têm destacado investimentos para a qualificação do capital humano. Existem muitas vagas abertas no mercado, porém realmente falta a qualificação das pessoas”, observa o consultor, que atua na área de telecomunicações há mais de 20 anos.

De acordo com Scorsim, as principais demandas envolvem principalmente a instalação das redes de 5G nas cidades e no setor da tecnologia de informação e comunicações. E a atração de talentos profissionais, enfatiza o especialista, passa pela criação de um sistema de incentivos financeiros e não-financeiros. “O engajamento desses talentos virá da capacidade das empresas em comunicar a respeito do futuro potencial de ganhos e oportunidades com a tecnologia de 5G. E, também, em proporcionar a motivação pelos desafios na construção de um ecossistema digital de vanguarda no país”, enfatiza.

Investimento em capacitação

A Huawei, líder global em soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação e uma das 100 marcas mais valiosas do mundo de acordo com a Forbes, é uma dessas empresas. Presente no Brasil há 23 anos, a organização é líder no mercado nacional de banda larga fixa e móvel por meio das parcerias estabelecidas com as principais operadoras de telecomunicações e possui escritórios nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Recife, além de um centro de distribuição em Sorocaba (SP) e um Centro de Treinamento em São Paulo.

Bruno Zitnick, diretor de Parcerias e Relações Governamentais da Huawei Brasil, fala que só nos últimos cinco anos a empresa formou cerca de 35 mil profissionais de nível superior para atuar na área de tecnologia no país, a partir do Huawei ICT Academy. Segundo ele, trata-se de uma parceria sem fins lucrativos entre a empresa e instituições de ensino superior para oferecer aos estudantes cursos de certificação da Huawei reconhecidos pela indústria.

O programa funciona como uma ponte entre empresas e academia para construir um ecossistema de talentos para o setor de TIC, sem custo algum para a instituição de ensino ou para o acadêmico. No início de 2021, eram apenas dez universidades parceiras e agora já são 93, entre públicas e privadas. “É um programa na área acadêmica que busca aproximar as pessoas do mercado. Só este ano foram treinadas 6 mil pessoas em todo o país e a meta é dobrar este público”, afirma.

Para promover essa aproximação, a empresa promove eventos como o Huawei ICT Competition, uma competição tecnológica e acadêmica que fomenta a troca de conhecimento e o uso criativo das novas tecnologias e plataformas, e o Huawei ICT Job Fair, uma feira que reúne empresas da área TIC para oferecer vagas de estágio e emprego para estudantes e profissionais de várias regiões do Brasil. Este ano, a feira acontece em dezembro.

Zitnick explica que, além de fortalecer sua própria cadeia produtiva – a empresa, seus fornecedores, parceiros e o mercado em geral – a iniciativa é uma contrapartida social da Huawei e acontece em outros 170 países. De acordo com ele, as instituições de ensino têm a liberdade de escolher o curso conforme às características e às demandas regionais. “A tecnologia 5G já existe e quem vai produzir são esses profissionais que a gente está formando. Não podemos ficar dependente do que está sendo produzido fora do país e depender da importação de mão de obra”, destaca o diretor.

Veiculado: jornal Gazeta do Povo, 26/11/2021.